ESOPO
O díptico de colagens digitais, Esopo, mostra meu interesse em elaborar outros discursos a partir da história brasileira enquanto produção ficcional. O que é deixado às margens quando se institui uma pintura como registro oficial da História? Quais fábulas escolhemos tornar oficiais e quais mantemos sob regimes folclóricos? As interferências feitas sobre a pintura de Pedro Américo recorrem às problemáticas trazidas pelas discussões na contemporaneidade a respeito de outras grafias para os processos de soberania nacional. Assim, cobrir parte da imagem com fotografias de móveis abandonados nas regiões periféricas do Rio de Janeiro, pretende deslocar o protagonismo dos eventos narrados por apenas um dos lados de uma história com muitos pontos de vista.